"Quem não lê não pensa, quem não pensa... permanece para sempre servo".
(Paulo Francis)
Prezados colegas, amigos, simpatizantes de nossa causa pelo livro acessível no Brasil.
Chegamos as 450 assinaturas!! E o pessoal não para de aderir. Até o dia 20 de Maio há tempo de chegar mais gente para fortalecermos ainda mais o nosso clamor pelo direito à leitura acessível e de livre escolha.
E por falar em liberdade, a frase do jornalista Paulo Francis, que abre essa comunicação de hoje é representativa de nossa postura ferrenha a favor do direito a ler nesse país. Então quer dizer que apenas porque a indústria livreira não consegue ou não quer gastar um pouquinho de seu lucro desenvolvendo ferramentas que possam garantir o acesso aos livros com menores riscos aos direitos autorais, essa indústria simplesmente se fecha e impede que milhões de pessoas sem condições de acessarem o livro convencional exerçam esse direito básico que é o da leitura?
Apenas lembrando que o lucro das empresas editoriais é constituído em grande parte por inúmeras benesses governamentais entre impostos diferenciados e incentivos fiscais que recaem sobre o objeto livro, ou seja, dinheiro de impostos públicos, dinheiro público.
Muito interessante pensar que se a preocupação é realmente a questão dos Direitos Autorais, talvez eles estejam discutindo nesse momento a possibilidade de não venderem mais o livro impresso a tinta também, uma vez que este é sistematicamente copiado e distribuído em inúmeras lojinhas fotocopiadoras por esse país a fora.
Então recolhamos os livros convencionais das prateleiras imediatamente!! Chega a ser uma piada mesmo. Cortem a cabeça do doente que assim ele jamais terá uma cefaléia! Muito prático não é mesmo prezados amigos?
Agora uma coisa que muito está nos intrigando nesse movimento é a falta generalizada das fundações, associações, federações, instituições, agremiações, e tantas outras "ões" de pessoas com deficiência visual por esse brazilzão de Deus, vocês não acham estranho? Fazemos esse questionamento mais diretamente às pessoas cegas e com baixa visão que estão assinando a carta. Vocês não acham, no mínimo estranho que existam tantas "ões" de e para pessoas com deficiência visual, dos mais variados graus, e, no entanto, à nossa carta tenham aderido umas duas ou três, se tanto?!
E então perguntamo-nos, assim como quem não quer nada, onde estão as ABRACEGS, FECHACEGS, FUNDACEGS, APOIACEGS, CUIDACEGS, FALACEGS, CALACEGS, e tantas outras 'CEGS" que vivem alardeando defender seus associados, cuidando, lutando e vivendo por eles??
Será que a leitura não é algo que os líderes dessas instituições acreditam ser importante para seus protegidos? Se não, caberia também a pergunta... Por que? Se a leitura é algo, por si só, libertário? Onde estão as instituições que adoram tutelar a vida de seu pseudo rebanho, em uma total e descabida extrapolação de seus "podres poderes"?? Qual será o temor, ou então a justificativa dessas instituições em não apoiar o nosso movimento?
Sabemos que a leitura e o conhecimento são especialmente revolucionários, libertadores, questionadores, ampliadores de consciência, será esse o temor? Qual será a justificativa? Fica a pergunta.
Por isso, pedimos que as pessoas freqüentadoras ou simpatizantes dessas instituições e que por ventura tenham assinado a nossa carta, que se questionem sobre isso. Depois de se questionarem, vão atrás de seus líderes, presidentes, conselheiros, enfim, das pessoas responsáveis por sua instituição, agremiação, fundação, associação, e lhes perguntem a respeito. De qualquer maneira fica aqui o nosso total estranhamento dessa ausência tão importante em nosso movimento de luta pela leitura.
Agora fiquem com a nossa carta, seguida da lista de assinantes até agora, lembrando que existem listas de assinaturas em papel circulando entre amigos e que estão conscientizando outras pessoas a apoiarem nosso movimento, por isso o número contabilizado até agora já conta com um pequeno balanço também dessas listas que ainda não foram digitadas, mas até o último dia serão.
Cordialmente,
Naziberto Lopes.
Coordenador do Movimento pelo Livro e leitura Acessíveis no Brasil.
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